Viagem no tempo – parte I

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Gosto muito de falar sobre viagem no tempo, mas sempre evitei escrever aqui sobre isso. O motivo principal é que já é difícil falar disso em um curso inteiro de um semestre. Mais ainda numa palestra de uma hora e meia. Imagina então em poucas linhas. Mas duas coisas me fizeram mudar de ideia. A notícia veiculada no site Inovação tecnológica, cujo título é:

LHC pode se tornar a primeira máquina do tempo do mundo

(http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=lhc-maquina-do-tempo&id=010130110316&ebol=sim – Capturado em 21/03/2011)

Imagem do interior do LHC (maior acelerador de partículas do mundo)

e um curta metragem que me foi enviado na semana passada, cujo link estará logo abaixo, que aborda um cientista que fica preso num loop de tempo, como o Phil do filme Feitiço do tempo (Groundhog Day, 1993, Direção: Harold Ramis, roteiro: Danny Rubin), mas diferente da comédia americana, a história do curta brasileiro não é nada divertida, pois o cientista não tem tempo para aprender nada.

Decidi então começar uma série de post abordando o assunto Viagem no tempo, tema esse abordado em meu curso de Física e Tecnologia Moderna do 2º. ano do Ensino médio do Oswald de Andrade e no curso do 3º. ano na disciplina de física.

O Tema viagem no tempo aparece primeiramente na ficção científica, o grande clássico é A máquina do tempo de 1895, escrito por H.G. Wells. Dez anos depois a ciência chega junto da ficção. Uma teoria científica abala os alicerces da física e coloca a viagem no tempo para o futuro como uma possibilidade teórica, ainda que de uma forma “sem graça”. Estou falando da Teoria da Relatividade Restrita de Albert Einstein, que afirma que observadores em referenciais diferentes, irão medir diferentes unidades de tempo. Dessa forma dois irmãos gêmeos poderão, desde que tenhamos tecnologia para isso, ter idades bem diferentes.

Em 1916 Einstein publica a Teoria da Relatividade Geral. Nessa teoria, muitas ordens de grandeza mais complexa que a Restrita, viagens no tempo para o passado são possibilidades matemáticas, mas consideradas impossíveis por vários físicos, inclusive pelo próprio Einstein. Mas uma teoria científica não é como uma obra de arte, cujo autor tem plenos poderes sobre ela, ele decide quando ela está pronta ou não. Uma teoria científica é um modelo criado por alguém, ou por um grupo de pessoas, mas que ao ser publicado cai em domínio público. Os autores perdem o direito sobre sua teoria e novas opiniões e contribuições são feitas.

Vários cientistas estão fazendo trabalhos sérios sobre a possibilidade de viagens no tempo, não apenas para o futuro, mas também para o passado. Artigos publicados em revistas científicas e livros abordando possibilidades, ainda que somente teóricas, estão disponíveis e alguns viraram até Best Sellers, como Uma breve história do tempo e O universo numa casca de noz de Stephen Hawking. Mas nos próximos posts eu indicarei livros melhores do que esses, como por exemplo: O enigma do tempo de Paul Davies (confesso que não gosto de como Stephen Hawking  escreve).

Aguardem: Viagem no tempo parte II, enquanto isso leiam o artigo sobre o LHC e assistam ao curta Loop (são apenas 6 minutos).

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7 Respostas to “Viagem no tempo – parte I”

  1. Sayonara Salvioli Says:

    Olá, Professor Jacó Izidro!
    Fiquei feliz e honrada com a sua visita ao meu blog. Ainda mais: fui presenteada com seu gentil comentário e reportada – com a visita ao seu – a terrenos profícuos de embasamento científico, os quais podem trazer respostas às minhas especulações (infindas) sobre o tempo… Na verdade, como viu (leu), embarco na metafísica sem, no entanto, possuir conhecimentos técnicos de causalidade e probabilidade, por exemplo. E é justamente aí que se fazem necessárias elucidações científicas de um mestre da física como você. Não imagina como, além de gostar de seu blog, me senti reportada a possibilidades outras de compreensão do tema tempo – um de meus prediletos… Seu texto e os links alusivos sugeridos me esclareceram vieses muito precisos! Eu gostaria, inclusive, de conversar melhor com você, a fim de obter mais informações da física acerca do instigante fenômeno temporal, inquietação que carrego comigo.
    No que se refere ao curta Loop, eu conhecia – e gosto muito (excelente menção)! – por transitar no terreno do audiovisual. Sou formada em Roteiro de TV e Cinema, e possuo curta-metragens de minha autoria produzidos. A respeito de Loop, por sinal, adoro o seu autor e diretor – e também protagonista – Carlos Gregório. Acho interessantíssimas as temáticas levantadas por ele, como a deste curta – premiado, imclusive, no Gramado CineVídeo e no Festival de Curitiba – e também a do filme “Se eu fosse você”, com direção de Daniel Filho. Em tal longa, como você deve ter visto, ele possibilita uma troca de corpos entre marido e mulher… Sem dúvida, física e metafísica permeiam as suas especulações de roteirista… Bacana! Falando em especulações, para uma leitura lúdica (acho que a definimos bem assim), deixo aqui outro link de meu blog ainda sobre o tema (inesgotável, não?):
    http://sayonarasalvioli.blogspot.com/2008/11/os-jetsons-esto-entre-ns.html
    Neste post, coloquei uns links legais de remissão a tecnologias (reais… rs) fantásticas! Comente lá, por gentileza! Aposto que sua visão em muito será útil ao leitor!
    Interessante notar que tive esse approuch da analogia com os Jetsons no final de 2008, quando postei o artigo-crônica no Palavras em cena. Curiosamente este mês, em matéria do dia 16, editores do Terra tecnologia tiveram insight similar, provavelmente pelo mesmo motivo que me levou a escrever sobre o tema, o que podemos observar nos dois textos, creio. Veja:
    http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4992700-EI12882,00-Os+Jetsons+relembre+as+tecnologias+e+veja+o+que+e+realidade.html
    Finalmente, Professor, lhe agradeço pela visita e reitero o meu interesse de encontrar – com os seus esclarecimentos – as respostas palatáveis que só a Ciência pode trazer!
    Aguardarei o e-mail com os seus contatos.
    Saudações metafísicas 🙂

    • blogs oswald Says:

      Oi Sayonara, prazer imenso te-lá como visitante deste modesto blog, espero que possamos criar um canal interessante para uma conversa entre nossos blogs. Conforme mencionei no email temos muito a conversar e muitas dicas de filmes e livros. Saudações metafísicas. 🙂

  2. Victor Rodrigues Says:

    Jacó… O vídeo do “loop” me deixou pensando se uma pessoa que possuísse controle sobre tempo e espaço ficaria presa ao seu passado para sempre, “filosoficamente” falando… Meio tenso o vídeo, não?
    Gostei bastante do post! Ah, e tem outra coisa, o destino de uma obra de arte é até que próximo ao de uma teoria científica no que diz respeito a “cair em domínio público”. Claro que isto só é mais notável de perspectivas diferentes 🙂

    Até a próxima! (sabia que inventaram um game portátil em 3D que não precisa de óculos? O progresso tecnológico é meio assustador, quando será que vão inventar algo como “realidade virtual”? O termo em si já parece contraditório…)

    • blogs oswald Says:

      Oi victor,
      não sei te responder isso, se alguem tivesse controle sobre o tempo e o espaço, esse alguem seria Deus, não? concordo que uma obra de arte também possa cair em domínio publico, inclusive esse debate está presente, principalmente no que diz respeito a musica, filmes etc. Pinturas e quadros já é um pouco assim, depois que está pronto o autor vende a obra e aí já era….mas eu me referia ao fato de ser o autor quem decide quando a obra está acabada. Não sei se fui claro. Uma obra científica, teoricamente nunca está acabada, ela sempre pode ser complementada, e pode ir para lugares bem diferentes que o primeiro autor pensou.
      sobre o game eu vi sim, mas pra ser sincero não me animo muito com a história do 3 D, foi apenas um artificio usado para diminuir a pirataria dos dvds, não acho um grande avanço, alias nem é novo, na decada de 80 já existia, claro que não com essa qualidade. abraço

  3. Victor Rodrigues Says:

    Eu só tava “enchendo linguiça” Jacó, relaxa, está perfeitamente claro a distinção entre uma obra de arte e uma teoria científica no post… E sobre o controle do tempo e espaço, é que sou um garoto sonhador! Um dia desses te chamo para assistir um concerto na Sala São Paulo.
    Fui, abraços!

  4. Interestelar, há muito tempo não víamos um filme assim. | 12a Dimensão Says:

    […] https://12dimensao.wordpress.com/2011/03/27/viagem-no-tempo-%E2%80%93-parte-i/ […]

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