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Visitantes no céu – Cometa em 2013 pode brilhar como a Lua cheia

fevereiro 24, 2013

COMETA

Este ano pode se tornar inesquecível para os amantes de astronomia ou para quem aprecia o céu noturno.

O ano começou com o susto do meteorito que caiu na Rússia na sexta feira, dia 15 de fevereiro (para os mais de mil russos que se feriram não foi apenas um susto), justamente no dia em que era esperada a passagem mais próxima de um asteroide pelas vizinhanças de nosso planeta.

Há quase dois anos publiquei um post sobre a possibilidade real de colisão de um grande asteroide ou cometa com nosso planeta:

https://12dimensao.wordpress.com/2011/02/26/fim-do-mundo-so-em-2012/

Tal colisão poderia causar a extinção da raça humana e de boa parte dos seres vivos. Extinções em massa já aconteceram várias vezes na história evolutiva de nosso planeta, como abordei nesse post.

O asteroide do dia 15 deste ano não era tão grande nem tinha tanta massa a ponto de provocar tal destruição, mas com seus 45m e várias toneladas de massa faria um estrago bem grande em uma cidade populosa.

Felizmente esse asteroide passou a 27.000 km da Terra sem causar nenhum dano. Essa foi a maior aproximação que se tem registro, é até mais próxima do que alguns satélites de telecomunicação, que estão a aproximadamente 36.000 km de distância. Por incrível que pareça, nesse mesmo dia um meteoro explodiu próximo aos Montes Urais na Rússia, sua onda de choque provocou a quebra de várias janelas ferindo mais de mil pessoas.

Os diferentes nomes: cometa, asteroide, meteoro e meteorito são classificações que dependem do material e de como eles interagem com o nosso planeta. Cometas são feitos em sua maioria de gelo e poeira. Já os asteroides são rochosos e podem conter diversos minérios diferentes além de ferro e irídio. Quando um asteroide entra na atmosfera terrestre, ele se aquece violentamente por causa do atrito, e passa a ser chamado de meteoro. Se conseguir atingir o solo, muda-se o nome para meteorito.

Nesse ano dois cometas se aproximarão do Sol e poderão ser vistos a olho nu, se tivermos sorte. Um deles somente no hemisfério norte, mas o outro será visível no mundo todo.

De março a abril o cometa: C/2011 L4, apelidado de PANSTARRS, estará visível no hemisfério norte e a partir de novembro até o começo de janeiro C/2012 S1, apelidado ISON, poderá ser visto a olho nu.

Precisamos de sorte para visualizar um cometa porque como não são muito grandes, comparados a planetas e satélites naturais e estão muito longe, aparecem como um ponto de luz no céu, se confundindo com as outras estrelas. Portanto é preciso saber para onde olhar.

Mas como são feitos de gelo, os cometas podem nos propiciar espetáculos fantásticos. Ao se aproximar do Sol, uma parte do gelo derrete e forma-se uma longa cauda que reflete a luz do Sol e dependendo do ângulo pode ser vista numa extensa faixa do céu.

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Concepção artística do cometa ISON na manhã de 10 de dezembro de 2013. A vista é para o leste antes do amanhecer 1

Há vários relatos da aparição de cometas ao longo da história, geralmente considerados sinal de mau agouro, além de mensageiros de epidemias, pragas e guerras.

A última grande aparição de um cometa foi justamente a do mais famoso deles, Halley,  em 1910. Segundo notícias da época, quando ele estava alto no céu, sua calda chegava até a linha do horizonte.

Halley tem esse nome por causa do astrônomo Edmond Halley, astrônomo amigo de Isaac Newton, que em 1696 calculou seu período em 76 anos, isto é, ele efetua uma volta em torno do Sol a cada 76 anos. Em 1986 a volta do cometa Halley foi ansiosamente aguardada, inclusive por mim que estava no segundo ano da Faculdade de Física. Mas o planeta Terra e ele estavam em lados opostos do Sol e sua aparição foi pífia, não sendo possível visualizá-lo sem um telescópio.

Os astrônomos estão apostando suas fichas em ISON, segundo cálculos ele será tão brilhante como uma Lua cheia e se sua calda estiver no ângulo certo em relação a nós, poderemos ser contemplados com imagens como essas concepções artísticas:

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Concepção artística de ISON, visão para o oeste, na noite de 18 de dezembro de 20131

ISON precisará também sobreviver à sua passagem em torno do Sol. Há um risco dele ser tragado para dentro de nossa estrela. Nesse caso deixará de existir, como acontece com vários cometas.

O periélio do cometa ISON, isto é, sua maior aproximação do Sol, acontecerá em 28 de novembro, o dia do meu aniversário, espero que ele possa me presentear com uma bela aparição.

Referências bibliográficas:

ROMANZATI, NATACHA. Cometa se tornará mais brilhante que a lua cheia – Hypescience – O universo em um clic.  Disponível em : http://hypescience.com/2013-o-ano-dos-grandes-cometas/  Capturado em 23/02/ 2013

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