Recebi esse link de um aluno Raphael Vieira (Valeu Raphinha), ainda não li a fonte original do trabalho mas resolvi indicar a matéria desse blog pois gostei dele. É uma discussão muito interessante: O que é a realidade? Somos apenas personagens de alguem que está em um jogo muito avançado? Vivemos em um matrix?
Já mencionei aqui minha amiga Aline Matheus, professora de matemática, que me indicou o vídeo sobre a jabulani (ver post: Mais sobre a jabulani…). Agora ela me enviou esse clipe sensacional, onde aparecem propriedades da matemática, mais especificamente trigonometria, matéria tão importante quanto difícil para a maioria dos alunos.
Nesse clipe diversas propriedades da trigonometria são mostradas enquanto a música eletrônica do produtor Lusine (Jeff McIlwain) é tocada. Desde o “simples” teorema de Pitágoras à definição do radiano e as funções seno e cosseno. Claro que a velocidade do clipe não dá tempo de visualizar e entender tudo que aparece, mas basta dar um pause e ver com calma, afinal o objetivo do clipe não deve ter sido ensinar matemática, mas a idéia de Lusine foi muito interessante, usar a matemática como musa de seu clipe.
A relação entre matemática e arte é um campo muito vasto explorado por empresas privadas, por livros, por programas de televisão culturais e até nos desenhos animados da Disney. No post: “A origem: cinema e tecnologia, imaginação e arte, subconsciente e geometria, efeitos especiais e inteligência. ” mencionei o grande Escher, mestre em relacionar geometria e arte. A relação entre a matemática e a música está na própria forma de ser da música, pitágoras que o diga.
Segue a indicação de dois sites interessantes sobre a relação entre matemática e arte: um de um programa produzido pela TV Cultura e outro da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. em seguida dois sites que relacionam matemática e música e o desenho da Disney envolvendo matemática e música, com o pato Donald.
No biscoito fino (ciclo de palestras do colégio Oswald) de abril, Marcelo Tas mencionou, ao se referir ao ensino nos dias de hoje, que “Um professor do século 20 ensina física do século 19 para um estudante do século 21″. Essa mesma afirmação foi repetida pelo professor do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp Sérgio Ferraz Novaes, coordenador do Sprace Game.
Sprace Game é o nome de um jogo de computador projetado para ensinar conceitos de física de partículas para estudantes do ensino médio e para o público leigo em geral. Com isso espera-se poder ensinar física do século 21 para alunos do século 21, diminuindo um pouco a grande defasagem dos currículos escolares que trazem ainda o modelo atômico sendo formado apenas por elétrons, nêutrons e prótons.
Não é uma idéia nova, na verdade a biologia já tinha saído na frente com o impressionante: Immune Attack, disponível para download gratuito desde 2008 no Brasil:
Nesse jogo batalhas entre o sistema imunológico e bactérias invasoras são o tema. As imagens são fantásticas, e o jogador precisa conhecer um pouco sobre imunologia, assim poderá aprender se divertindo.
A versão brasileira não possui um visual tão bacana quanto o jogo biológico, mas a filosofia é a mesma, aprender se divertindo. Nesse caso conceitos de física de partícula serão apresentados através do conhecimento de partículas subatômicas. Nomes estranhos como: léptons (elétron, múon, tau e seus três respectivos neutrinos), partículas responsáveis pelas interações forte, fraca e eletromagnética (glúon, W, Z e fóton) e os seis quarks (up, down, strange, charm, bottom, top). Além disso, conceitos importantes como, o decaimento de algumas partículas instáveis, fazem parte do jogo.
Não se trata de um jogo meramente educativo do tipo perguntas e respostas, mas de um verdadeiro jogo de ação e aventura. Pilotando uma nave que foi miniaturizada até o tamanho das partículas subatômicas, o jogador deve coletar partículas usando canhões laser, campos de força e outros artefatos. Unindo as partículas fundamentais chamadas quarks, ele pode produzir um nêutron ou um próton. A idéia é conseguir, a partir dos hadrons (protôns e nêutrons), produzir moléculas fundamentais para a colonização de um planeta, como o oxigênio e a água.
As informações sobre o jogo e o comunicado à imprensa podem ser encontrados no site:
Uma demonstração do jogo pode ser vista no youtube:
Já baixei o jogo, mas ainda não tive tempo de jogar. Alias, tenho por princípio não instalar jogos no computador, porque fica difícil cumprir outras tarefas no tempo necessário, porém abri essa exceção, pois segundo os criadores do jogo, ele foi criado com objetivos educativos e os autores procuraram fidelidade aos conceitos científicos sem que ficasse algo chato.
Agora é esperar as férias pra me divertir aprendendo um pouco mais de física e biologia.
Formado em Física pela Universidade Mackenzie com mestrado em Ciências e Tecnologia Nuclear pelo IPEN/USP. Professor de física e tecnologia moderna do Colégio Oswald de Andrade. Professor Adjunto da Unip nos cursos de engenharia.