Ontem o mundo assistiu emocionado ao resgate dos 33 mineiros que estavam soterrados na mina San José, no deserto do Atacama, a uma profundidade de 622m. Foram 69 dias de agonia, e felizmente todos foram salvos em condições relativamente boas de saúde.
Segundo os jornais foi usado o que há de mais moderno em geologia, escavação e suporte à vida em condições extremas. O custo do resgate ficou em cerca de 37 milhões de reais.
O sucesso do resgate foi ainda maior, pois aconteceu bem antes do que se esperava. As estimativas iniciais é que ele só ocorreria em novembro.
Há dez anos o mundo viveu uma situação parecida, mas com final trágico, 118 marinheiros russos morreram quando o submarino russo Kursk afundou no dia 12 de agosto de 2000, 23 marinheiros sobreviveram às explosões que causaram o naufrágio, mas não foram resgatados a tempo. Estavam a 108 metros de profundidade.
Várias pessoas me perguntaram por que o resgate dos mineiros iria demorar três meses para acontecer? Por que é tão difícil cavar 700m?
As dificuldades são várias, como remover o material que vai sendo escavado? Como vencer as duras rochas que vão sendo encontradas? Como manipular uma broca em distâncias tão grandes? Como superar o aumento da temperatura crescente com a profundidade?
Alguns afirmam que se conhece mais do espaço do que do interior da Terra ou do fundo do mar. Não acho que isso seja verdade. O universo é muito vasto e há muito a ser descoberto. Talvez isso seja verdade com relação ao sistema solar.
A dificuldade em ir ao espaço consiste em grande parte em vencer a força da gravidade. Conseguido isso o movimento é muito fácil, uma vez que praticamente não há força de resistência (claro que as sondas podem ser atingidas por pequenos meteoros, vento solar e outras partículas, mas a chance é pequena).
Já na escavação ou nas profundezas do oceano várias forças opostas deverão ser vencidas. Por isso tudo é compreensível a dificuldade do resgate em ambos os casos (mineiros e marinheiros russos).
Devemos nos questionar sobre a possibilidade de melhora nas condições de trabalho, para impedir que acidentes como esse venham a se repetir. Só nesse ano já foram 31 mortes em minas no Chile.
Nossa sociedade ainda é fortemente dependente de metais, como o cobre, o alumínio e o ferro. Eles fazem parte da matéria prima de muitos artefatos tecnológicos. Então temos a obrigação de usar dessa tecnologia, para melhorar a forma de extração desses minérios.
Gastou-se 37 milhões de reais para o salvamento dos 33 mineiros. O mundo todo estava observando. Se fossem necessários 37 milhões de reais para um aperfeiçoamento tecnológico, que minimizasse os riscos de acidentes para os mineiros, ele seria investido?
Tags: Boa ou má ciência, Ciência e Tecnologia, Conquista do espaço, Energia, tecnologia e meio ambiente
novembro 4, 2010 às 10:09 pm |
Olá Jacó,
Por esses dias, alguns quadros de pintores famosos, entre eles o Modigliani, foram arrematados num leilão por mais de 60 milhões de dólares. Onde o ser humano coloca o dinheiro é o “x” das questões sócioeconômicas. Mas seu questionamento ao final, me levou a pensar em questões como a relação e a percepção do ser humano do tempo (causa, consequência, determinismo, indeterminismo, o dado imediato e a projeção no tempo) em seus aspectos físicos, biológicos, psicológicos e antropológicos. Não seria um ótimo tema para uma investigação interdisciplinar?
abraços
novembro 9, 2010 às 2:51 am |
Sim Harlei, com certeza tem muito assunto aí pra uma investigação com diferentes olhares. abraço
novembro 17, 2010 às 4:11 pm |
Professor Jacó, o homem realmente pousou na lua em 1969? Assim como as tres torres não foram implodidas? Ou o diretor desta tramóia foi o grande Stanley Kubrick? Qual sua opinião científica? Eu tinha 11 anos quando isto “aconteceu”.
novembro 18, 2010 às 2:16 am |
Gilberto, com certeza o homem pousou na lua em 69. não acredite na teoria da conspiração, não há espaço aqui para discorrer sobre isso, mas pretendo fazer um post sobre isso em breve, a muito tempo eu apresentei uma palestra sobre essa teoria. abraço
novembro 18, 2010 às 1:00 am |
Jacó!
Muito bom o post! mas sem querer ser chato, será q “impedir que acidentes como esse sejam evitados” não está meio estranho?
novembro 18, 2010 às 2:19 am |
OI Akira,
não foi chato não. valeu pelo toque, já está concertado. abraço